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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Câncer Infantil

O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).

Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões.

Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Estimativa de novos casos: 11.530 (2012)

Número de mortes: 2.740, sendo 1.567 meninos e 1.173 meninas (2010)

Prevenção e Detecção Precoce

Nos tumores da infância e adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que deixem claro a associação entre a doença e fatores ambientais. Logo, prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e orientação terapêutica de qualidade.

Sintomas

Os pais devem estar alertas para o fato de que a criança não inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, levem seus filhos ao pediatra para avaliação. Na maioria das vezes, os sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas isto não deve ser motivo para descartar a visita ao médico.

A manifestação clínica dos tumores infanto-juvenis pode não diferir muito de doenças benignas (sem maior gravidade) comuns nessa faixa etária. Muitas vezes, a criança ou o jovem está em razoáveis condições de saúde no início da doença. Por esse motivo, o conhecimento do médico sobre a possibilidade da doença é fundamental. 

Conheça algumas formas de apresentação dos tumores da infância:
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• Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.

• No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado "reflexo do olho do gato", embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, através de fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar vesgo). Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido.

• Aumento do volume ou surgimento de massa no abdômen pode ser sintoma de tumor de Wilms (que afeta os rins) ou neuroblastoma.

• Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros. Esse sintoma é frequente, por exemplo, no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.

• Tumor de sistema nervoso central tem como sintomas dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.

Diagnóstico

Muias crianças e adolescentes com câncer chegam ao centro especializado de tratamento com a doença em estágio avançado por diversos fatores: desinformação dos pais, medo do diagnóstico de câncer, desinformação dos médicos.

Algumas vezes o diagnóstico é feito tardiamente porque a apresentação clínica as características de determinado tipo de tumor pode não diferir muito de doenças comuns na infância. Por isso, o conhecimento do pediatra acerca do câncer é determinante para um diagnóstico seguro e rápido.

Tratamento

Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infanto-juvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.

O tratamento do câncer começa com o diagnóstico correto. Para isso, é necessário um laboratório confiável e o estudo de imagens. Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centro especializado. Compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.

O trabalho coordenado de vários especialistas (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos) também é determinante para o sucesso do tratamento.

Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente.

Neste sentido, não deve faltar  ao paciente e à sua família,  desde o início do tratamento, o suporte psicossocial necessário.

Literatura

na Revista Brasileira de Cancerologia


e na base de dados PubMed

Pele Melanoma ( Câncer de Pele)

O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos. Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.

O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor.

Estimativa de novos casos: 6.230, sendo 3.170 homens e 3.060 mulheres (2012)

Número de mortes: 1.507, sendo 842 homens e 665 mulheres (2010)

Atenção: A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Prevenção

Como os outros tipos de câncer de pele, o melanoma pode ser prevenido, evitando-se a exposição ao sol no horário das 10h às 16h, quando os raios são mais intensos, uma vez que o maior fator de risco para o seu surgimento é a sensibilidade ao sol (queimadura pelo sol e não bronzeamento). Mesmo em outros períodos recomenda-se a utilização de proteção como chapéu, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares com fator de proteção 15 ou superior.

Outros fatores de risco são: a pele clara, a exposição excessiva ao sol, a história prévia de câncer de pele, história familiar de melanoma, nevo congênito (pinta escura), maturidade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta), xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol, com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) e nevo displásico (lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas).

Sintomas

O melanoma pode surgir a partir da pele normal ou de uma lesão pigmentada. A manifestação da doença na pele normal se dá após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e descamação.

Em casos de uma lesão pigmentada pré-existente ocorre aumento no tamanho, alteração na coloração e na forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares.
Diagnóstico

A coloração pode variar do castanho-claro passando por vários matizes chegando até à cor negra (melanoma típico) ou apresentar área com despigmentação (melanoma com área de regressão espontânea).

O crescimento ou alteração da forma é progressivo e se faz no sentido horizontal ou vertical. Na fase de crescimento horizontal (superficial), a neoplasia invade a epiderme (camada mais superficial da pele), podendo atingir ou não a derme papilar superior (camada intermediária da pele).

No sentido vertical, seu crescimento é acelerado através da espessura da pele, formando nódulos visíveis e palpáveis.

Tratamento

A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos) , o melanoma é incurável na maioria dos casos. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter então como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.


Profissional de Saúde

Diagnóstico

O câncer é uma patologia com localizações e aspectos clínico-patológicos múltiplos e não possui sintomas ou sinais patognomônicos, podendo ser detectado em vários estágios de evolução histopatológica e clínica. Destes fatos resulta, em grande parte, a dificuldade do seu diagnóstico e a afirmativa de que a suspeita de câncer pode surgir diante dos sintomas os mais variados possíveis.
O paciente, ao procurar um médico, não sabe ainda a natureza da sua doença e, assim, não procura diretamente um especialista. Setenta por cento dos diagnósticos de câncer são feitos por médicos não-cancerologistas, o que evidencia a importância destes profissionais no controle da doença.
O médico chega a uma suposição diagnóstica através de várias etapas, durante as quais deve proceder a uma análise cuidadosa, com base principalmente em seu conhecimento do caso e da patologia, olhando sempre o paciente como um todo, não se restringindo ao sistema-alvo da sua especialidade. Neste processo, toma diversas decisões, cujo acerto ou erro repercute sobre a sobrevida do paciente e/ou sua qualidade de vida. No Brasil, muito ainda tem de ser feito para que os médicos assumam a responsabilidade que lhes cabe quanto à prevenção e ao controle do câncer. A adequação das condutas diagnósticas e terapêuticas, e a agilidade no encaminhamento do caso constituem o âmago do exercício efetivo de tal responsabilidade.
 
Estudos de CasosExercício diagnóstico com base em 14 estudos de casos, exemplificando diferentes níveis de complexidade do diagnóstico.

SistematizaçãoÉ necessário sistematizar as bases diagnósticas do câncer, objetivando a avaliação da lesão inicial e a pesquisa de metástases.


Literatura

na Revista Brasileira de Cancerologia
Melanoma de Pênis Tratado Conservadoramente: Relato de Caso e Revisão da Literatura Vol. 53, nº 4 out/nov/dez 2007

Melanoma de mucosa oral Vol. 53, nº 1, jan/fev/mar 2007

Prevenção do câncer da pele Vol. 49, nº 4 out/nov/dez 2003

Melanoma de Mucosa Oral, Genital e Anorretal
Vol. 46, nº 2, abr/mai/jun 2000

e na base de dados
Pubmed

Saiba: O que é Puericultura

O termo puericultura, oriundo do latim (puer, pueris=criança), foi criado no ano de 1762 pelo suíço Jacques Ballexserd e refere-se à ciência médica responsável pelo estudo dos cuidados com o desenvolvimento infantil.
O Programa de Puericultura objetiva acompanhar o crescimento e desenvolvimento de um indivíduo, sua cobertura vacinal, estimular a prática do aleitamento materno, orientar a implantação da alimentação complementar e prevenir as desordens que mais afetam as crianças durante os primeiros dezoito meses de vida.
Com o objetivo de garantir a qualidade deste programa, o Ministério da Saúde sugere um calendário mínimo de consultas de puericultura, organizado da seguinte forma: uma consulta até os 15 dias de vida, seguida por uma consulta com um, dois, quatro, seis, doze e dezoito meses, fechando sete consultas dentro do primeiro um ano e meio de vida.

Obs: Mas na Unidades ESF do Riacho realizamos o acompanhamento todos os meses se for possível até 2 anos de idade. Temos também o grupo de 2 e 1 mês até 5 anos.
Tanto o médico quanto o enfermeiro atuam na puericultura. Este último tem como funções:
  • Realizar o exame físico, apontando os riscos em seu crescimento e desenvolvimento;
  • Agendar a primeira consulta com o pediatra e demais especialidades médicas quando necessário;
  • Prover a relação dos nascidos vivos aos Agentes Comunitários da Saúde e solicitar a busca para os indivíduos que não comparecem no programa;
  • Preencher o gráfico referente ao peso e a altura nos cartões das crianças;
  • Verificar a administrar as vacinas de acordo com o calendário básico de vacinação;
  • Fomentar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida;
  • Orientar a respeito de como prevenir acidentes de acordo com a faixa etária da criança;
  • Avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor;
  • Identificar as dificuldades e dúvidas da família.


  • Função de fiscalizar a vacinação básica, além de atuar na prevenção de diversas doenças que costumam acometer as crianças, por meio de uma adequada supervisão higiênica, dietética, comportamental e nutricional.

    É consenso de que deve ser feito um trabalho em equipe, envolvendo, além de médicos e enfermeiros,  odontólogos, psicólogos (equipe NASF), devendo ser dada uma atenção especial às denominadas “novas morbidades”, que englobam problemas familiares, sociais, de comportamento, educacionais, obesidade, abuso de drogas, dentre outros.

    Veja algumas de nossas crianças em acompanhamento.








    sábado, 12 de janeiro de 2013

    Saúde do Homem: Pré-natal masculino

    Engana-se quem pensa que o homem não deseja acompanhar as consultas de pré-natal da esposa. Uma pesquisa com parceiros de gestantes atendidas pelos SUS em Ribeirão Preto (SP), cidade no interior de São Paulo, mostrou que 94% deles gostariam de ir junto a uma consulta. Os pesquisados também responderam que se sentiram frustrados por terem o seu direito negado quando manifestaram o desejo de entrar na sala de consulta.
    Aproveitando este interesse masculino, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) implantou um projeto pioneiro: o pré-natal masculino. Assim que a gestante chega ao hospital, a equipe que a recebe pergunta se o parceiro também quer participar da consulta. O obstetra que atende o casal convida o homem a fazer alguns exames, inclusive alguns que já fazem parte do pacote que a grávida tem de realizar ainda no primeiro trimestre de gravidez. São eles: sorologia para hepatite B e C, HIV e sífilis, além de exames de sangue para detectar presença ou não de diabetes, verificar níveis de colesterol e medição da pressão arterial.
    Por este acolhimento, a resposta foi positiva: mais de 80% dos futuros pais aderiram ao pré-natal, toparam fazer todos os exames e acompanhar as esposas em todas as consultas. Também aceitaram participar de oficinas sobre cuidados básicos do bebê, importância da amamentação exclusiva realizadas aos sábados.
    “É um mito essa história de que o homem não quer participar do pré-natal da mulher ou de que não quer ir ao médico. A nossa experiência mostra que o homem não sabe qual é a porta de entrada do sistema de saúde”, diz Geraldo Duarte, vice-diretor da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (SP) e responsável pela implementação do projeto no hospital.
    O projeto foi implantado em 2007 em Ribeirão Preto. Hoje está presente em diversas cidades do País e faz parte das ações da Política Nacional de Saúde do Homem do Ministério da Saúde. O pré-natal do parceiro pretende alcançar homens entre 20 e 59 anos, num universo de quase 52 milhões de pessoas no Brasil. “As ações têm como objetivo prevenir doenças e incluir o homem na paternidade”, diz Eduardo Chakora, coordenador de Atenção da Saúde do Homem do Ministério da Saúde.
    Além dos exames de sorologia, as equipes de saúde que recebem os parceiros podem aproveitar para sugerir a realização de exames preventivos da próstata e cirurgias como vasectomia e fimose. “É importante que esse homem seja bem acolhido pelas equipes de saúde, que tenham uma escuta qualificada”, diz Chakora. Ele acredita que dessa forma, os homens passam a considerar o serviço de saúde como um lugar onde ele pode ir para se prevenir de doenças e não o local para receber tratamento.
    Segundo Chakora, o pré-natal do parceiro, como o check-up masculino é chamando no Ministério da Saúde, já está presente nas políticas de saúde dos 26 Estados e do Distrito Federal, além de 80 municípios com mais de 100 mil habitantes.



    Saúde do Homem: Vasectomia

    Planejar o tamanho que cada família deve ter é um assunto privado, definido entre marido e mulher. Mas quando o casal decide não ter mais filhos, o homem pode participar desse processo ao optar por uma vasectomia. “Os homens devem se engajar na discussão do planejamento familiar inclusive para evitar que suas companheiras sejam submetidas à laqueadura das trompas, um procedimento cirúrgico bastante dolorido, que exige internação e oferece risco à saúde feminina”, diz Eduardo Chakora, coordenador da Saúde do Homem, do Ministério da Saúde.
    A vasectomia é cirurgia simples que interrompe a passagem dos espermatozóides do saco escrotal para o líquido ejaculado. Após anestesia local, é feita uma pequena incisão no saco para localizar os canais deferentes, por onde passam o sêmen com os espermatozóides. Eles são cortados e depois amarrados. Por fim, o médico fecha o pequeno corte. O procedimento costuma ser rápido e pode ser realizado até em ambulatório, sem necessidade de centro cirúrgico. Em menos de 30 minutos o homem está liberado e pode deixar o local andando. Trata-se de um procedimento reversível, mas a taxa de sucesso da cirurgia de reconexão entre os canais deferentes varia de homem para homem. Por isso, a opção pela vasectomia precisa ser muito clara para o paciente.
    Para incentivar interessados a procurar o procedimento, o Ministério tem promovido, junto às secretarias de Saúde dos Estados, ações positivas, entre elas: maior facilidade de acesso do homem ao procedimento e a possibilidade de fazer a cirurgia em ambulatório médico, sem necessidade de internação. Ambas incluídas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
    As ações têm dado resultado. A vasectomia vem sendo cada vez mais realizada no País pelo SUS. Em 2009, 7.623 procedimentos foram feitos em nível ambulatorial. Já em 2010, mais de 10 mil homens se submeteram à cirurgia. Considerando todos os procedimentos realizados (em ambulatório e hospitalar) foram feitas mais de 34 mil vasectomias em 2009. Um avanço comparado aos números de 2001, quando pouco mais de sete mil pacientes fizeram o procedimento.
    Os homens não precisam ficar com medo da cirurgia. O urologista Roni de Carvalo Fernandes, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia - Secção São Paulo, garante que é uma picada quase indolor. “O paciente pode, se quiser, pedir que seja aplicado um anestésico em creme na pele para minimizar as dores no local.” Após a cirurgia, recomenda-se a aplicação de bolsas com gelo no local, repouso no dia da cirurgia e uso de suspensório escrotal para evitar dores e complicações. É importante manter um método anticoncepcional durante os 60 dias após o procedimento porque alguns espermatozóides permanecem vivos no canal que chega no pênis. E entre 30 e 60 dias depois da cirurgia realizar um espermograma para constatar a ausente dos espermatozóides.
    Importante esclarecer também que a vasectomia não afeta o desempenho sexual. Os nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção não são atingidos na cirurgia. O procedimento apenas interrompe a passagem dos espermatozóides dos testículos para o pênis. O líquido seminal produzido pela próstata continua sendo ejaculado, mas sem o sêmen.
    Caso tenha tomado a decisão de fazer a vasectomia, saiba que o SUS só permite que essa cirurgia seja realizada em homens com mais de 25 anos e que já tiveram no mínino dois filhos.



    Saúde do Homem: Câncer de próstata

    O câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens. As taxas da manifestação da doença são cerca de seis vezes maiores nos países desenvolvidos, quando comparados aos países em desenvolvimento.
    Cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem em homens com mais de 65 anos. Quando diagnosticado e tratado no início, tem os riscos de mortalidade reduzidos. No Brasil, é a quarta causa de morte por câncer e corresponde a 6% do total de óbitos por este grupo.
    Segundo estimativa da pesquisa Incidência de Câncer no Brasil em 2010/11, realizada pelo Instituto Nacional do Câncer, a população masculina do Rio Grande do Sul deve ser a que apresentará mais casos de câncer de próstata até o final do ano – 80 para cada 100 mil homens.


    Prevenção e tratamento
    A próstata é uma glândula masculina localizada na parte baixa do abdômen. Tem a forma de maçã e situa-se logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada.
    Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco do câncer. Especialistas recomendam pelo menos 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
    Homens a partir dos 50 anos devem procurar um posto de saúde para realizar exames de rotina. Os sintomas mais comuns do tumor são a dificuldade de urinar, frequência urinária alterada ou diminuição da força do jato da urina, dentre outros. Quem tem histórico familiar da doença deve avisar o médico, que indicará os exames necessários.
    O toque retal é o teste mais utilizado, apesar de suas limitações: somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser palpada. É recomendável fazer o exame PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês), que pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela próstata, o que seria um indício da doença.
    Para um diagnóstico preciso, é necessário analisar parte do tecido da glândula, obtida pela biópsia da próstata.
    Caso a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até tratamento hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.


    Rede pública
    A Política Nacional de Atenção Oncológica garante o atendimento integral a todos aqueles diagnosticados com câncer, por meio das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
    Todos os estados brasileiros têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde o paciente de câncer encontrará desde um exame até cirurgias mais complexas.
    Mas para ser atendido nessas unidades e centros é necessário ter um diagnóstico já confirmado de câncer por laudo de biópsia ou punção.
    Fontes:Fundação do Câncer
    Instituto Nacional do Câncer (Inca)
    Tratamento no SUS
    Recomendações contra o Câncer de Próstata – Publicação organizada pela “Oficina de Trabalho para o Consenso sobre o Programa Nacional de Controle do Câncer da Próstata”, com a participação de representantes do Instituto Nacional de Câncer/MS, da Sociedade Brasileira de Urologia, Sociedade Brasileira de Radioterapia, Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde da Secretaria de Políticas de Saúde/MS e da Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ, realizada em 2002.