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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Queimaduras em crianças: quando o perigo está no próprio lar

Criança  com queimaduras-povoado riacho   

As queimaduras lideram as causas de acidentes fatais domiciliares na faixa etária de 1 a 9 anos.

Elas podem ser térmicas (mais comuns), elétricas, químicas ou provocadas por irradiação. “Pequenos com menos de 3 anos de idade geralmente se queimam em contato com líquidos superaquecidos, como o leite e a água. Já as crianças acima de 3 anos são mais suscetíveis a acidentes com fogo, líquidos inflamáveis e fogos de artifício. Queimaduras por eletricidade ou agentes químicos são mais raras”, explica a cirurgiã plástica.

O que fazer em casos de queimaduras envolvendo crianças?


 Podem ser colocadas compressas de água fria sobre a lesão para aliviar a dor e reduzir a formação de edema.


“Só deve ser utilizada água. Qualquer outra substância pode transformar as queimaduras superficiais em profundas. Não se deve passar de forma alguma produtos caseiros, como manteiga ou água sanitária, na área afetada”


Os primeiros socorros podem ser essenciais para salvar a vida da criança e evitar sequelas.


Além das compressas de água, deve-se remover toda a roupa da vítima para cessar o processo de queimadura, uma vez que os tecidos sintéticos queimam rapidamente em altas temperaturas.


No caso de queimaduras elétricas, se a criança estiver presa à fonte de energia, a primeira providência é desligar a fonte antes de tentar retirá-la dessa situação.


Em casos de queimadura química, o produto deve ser removido imediatamente com grande quantidade de água – no mínimo por 20 a 30 minutos. “Se houver pó seco ainda depositado sobre a pele, ele deverá ser removido antes de iniciar a irrigação com água. As roupas impregnadas com substância química devem ser removidas com cuidado”
 

Após os primeiros socorros, a criança deve ser levada imediatamente ao médico. É ele quem vai avaliar o percentual da superfície queimada e profundidade, definindo se há necessidade de internação.

As lesões chamadas de primeiro grau atingem a camada mais externa da pele - a epiderme - e geralmente demandam apenas acompanhamento ambulatorial.


Já as lesões de segundo grau – que atingem as camadas externa e média da pele, epiderme e derme – e de terceiro grau – que atingem a totalidade das camadas da pele e em muitos casos outros tecidos, como o tecido celular subcutâneo, músculos e ossos – podem levar à internação, dependendo da localização e da superfície corporal atingida.

Medidas simples e eficazes

Algumas medidas simples podem evitar o risco de queimaduras em crianças:


- Na infância, a maioria dos acidentes ocorre no lar. Portanto, crianças nunca devem ficar sozinhas ou aos cuidados de outras crianças.


- Na cozinha, é fundamental estabelecer uma área segura onde as crianças possam ser colocadas a salvo, como em cadeiras altas, próprias para elas, ou em cercados bem distantes de fogões ou mesas, dificultando que elas alcancem esses locais com os braços.


- O responsável deve deixar claro que a cozinha não é lugar de brincadeiras.


- Não utilizar toalhas de mesa compridas, pois as crianças poderão puxá-las podendo trazer junto o que estiver em cima, como alimentos superaquecidos.


- Não deixar aparelhos aquecidos no chão para esfriar, como o ferro elétrico.


- No fogão, utilizar preferencialmente as bocas do fundo, com os cabos das panelas virados para trás.


- Proibir crianças de empinar pipas ou papagaios em locais próximos à rede elétrica e de tentar desenrolá-los da fiação.


- Proibir crianças de soltar balões e fogos de artifício e de brincarem perto de fogueiras ou churrasqueiras.


- Atenção ao aquecimento de alimentos e líquidos para bebês em forno microondas: o líquido sempre é mais aquecido que o recipiente.


- Não beber ou manipular líquidos aquecidos perto de crianças.


- Evitar estocar substâncias químicas em casa – as imprescindíveis devem ser rotuladas como perigosas e armazenadas completamente fora do alcance de crianças.


- Substituir o álcool líquido pelo gel.  
 


As lesões por queimaduras encontram-se entre os tipos de trauma mais doloroso.
Aproximadamente 12 mil pessoas morrem de queimaduras e lesões relacionadas à inalação.
Mais da metade das queimaduras que levam à admissão hospitalar poderia ter sido evitada
(SMELTZER; BARE 2002).

As crianças pequenas e os idosos estão particularmente em risco de queimaduras,
enfatizando que a maioria dessas lesões ocorrem em casa .

O primeiro atendimento ao paciente queimado constitui determinante fundamental
no êxito final do tratamento, contribuindo decisivamente para a redução da morbidade e da
mortalidade. A abordagem inicial ao portador de queimadura é sempre feita em caráter
emergencial e na maioria das vezes em instituições especificas ao tratamento deste tipo de
ocorrência, porém, muitas vezes requer um atendimento pré-hospitalar. 
 Os cuidados prestados aos queimados necessitam de uma boa assistência de
enfermagem nas 24 horas de serviço, visando reduzir as dores físicas e emocionais, medos e
ansiedades participando de toda sua assistência, procedimentos técnicos e administrativos.
Esses cuidados iniciam ao receber o paciente através de uma conduta adequada no
atendimento primário e seguindo com os cuidados durante todo o tratamento.
 Considerando a assistência a criança, esta deve ser prestada de forma diferenciada a
do adulto, onde as fases do desenvolvimento devem ser levadas em consideração pela
enfermeira, para que o cuidado dispensado a mesma possa ser eficaz.
A equipe de enfermagem deve estar preparada para quaisquer intercorrências
junto ao paciente, para isto esta deve ser portadora de um conhecimento global do processo
fisiopatológico e da terapêutica a ser ministrada ao paciente queimado, uma vez que condutas
inadequadas na assistência de enfermagem podem provocar seqüelas irreversíveis ao doente.
Diante das considerações apresentadas e dada à relevância da temática o
presente estudo teve como objetivo Descrever o tipo de abordagem inicial a crianças vitimas de
queimaduras pelos enfermeiros.

A ferida da queimadura a princípio é estéril, porém o tecido necrótico rapidamente
se torna colonizado por bactérias endógenas e exógenas, produtoras de proteases, que levam
à liquefação e separação da escara, dando lugar ao tecido de granulação responsável pela
cicatrização da ferida, que se caracteriza por alta capacidade de retração e fibrose nas
queimaduras de terceiro grau. 

Nas grandes queimaduras, além da resposta local, há também uma reação
sistêmica do organismo, em conseqüência da liberação de mediadores pelo tecido lesado.
Trazendo conseqüências imediatas, ao organismo afetado, como: hipovolemia com
hemoconcentração e intenso desequilíbrio hidroeletrolítico, os quais se não atendidos em
tempo hábil, levam a deficiência circulatória generalizada com conseqüente estado de choque,
insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória, , insuficiência cardíaca e parada cardiorrespiratória. Este, portanto, merece uma assistência imediata e intensiva. O enfermeiro
necessita, portanto, ter conhecimento científico que fundamente e justifique todos
procedimentos utilizados durante a administração de cuidados de enfermagem ao paciente.

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS
As queimaduras podem ser classificadas quanto ao agente causador (físico, químico ou biológico), profundidade ou grau, extensão ou severidade, localização e período evolutivo (BOMBEIROS/EMERGÊNCIA, 2007).

 QUANTO A PROFUNDIDADE 
  
Queimadura de Primeiro Grau: lesão das camadas superficiais da pele, ou seja, afeta apenas a epiderme. Os sinais são vermelhidão e uma dor local insuportável, entretanto tem uma melhora do quadro dentro de uma semana, não deixando cicatriz;
Queimadura de Segundo Grau: lesão das camadas mais profundas da pele, envolvendo a epiderme e partes variadas da derme subjacente. Os sinais são bolhas, flictenas e desprendimento de camadas da pele. Essas feridas são dolorosas, apresenta melhora do quadro dentro de duas a três semanas, precisando geralmente de correção cirúrgica;
Queimadura de Terceiro Grau: lesão de todas as camadas da pele, comprometendo os tecidos mais profundos, caracteriza-se por ter várias aparências, especificamente “as feridas aparecem como queimaduras espessas, secas, esbranquiçadas e com aspecto de couro, independentemente da raça ou coloração da pele. Nos casos graves, a pele tem uma aparência carbonizada, com trombose visível dos vasos sanguíneos”.
Queimadura de Quarto Grau: “as queimaduras de quarto grau são as que não somente atingem todas as camadas da pele, como também queimam o tecido adiposo, músculos, ossos ou órgãos internos subjacentes”. (AEHLERT, 2007).

QUANTO A EXTENSÃO OU SEVERIDADE

Tem por base a avaliação da percentagem da superfície corporal total afetada: Leves ou pequeno queimado: pacientes com queimaduras de 1º e 2º graus com até 10% da área corporal atingida;
 Médias ou médio queimado: pacientes com queimaduras de 1° e 2º graus com área corporal atingida entre 10% e 25%, ou de 3º grau com até 10 % da área corporal atingida, ou, ainda, queimadura de mão e/ ou pé;
 Graves ou grande queimado: pacientes com queimaduras de 1º e 2º graus com área corporal atingida maior do que 26%, ou de 3% grau com mais de 10 % da área corporal atingida, ou, ainda, queimadura de períneo (BOMBEIROS/EMERGÊNCIA, 2007).
Existe um método bastante simples para se calcular a superfície corporal queimada (SCQ): o Método de Wallace, também conhecido com Regra dos Nove. Esta regra emprega valor igual a nove ou múltiplo de nove às partes atingidas do corpo do adulto, nove para cada membro superior, 9% para cabeça, 18% para cada membro inferior, 18% para cada face do tronco e um para genitália. Use-a para estimar o percentual atingido pelo fogo.

As crianças tem proporções diferentes dos adultos. A cabeça da criança é
proporcionalmente maior que a dos adultos, e as pernas são mais curtas em comparação com
os adultos. Por causa disso, a regra dos nove é modificada para pacientes pediátricos
.
 
 CUIDADOS NO MOMENTO DA OCORRÊNCIA DAS QUEIMADURAS TÉRMICAS
Como os profissionais devem proceder:
Fogo nas vestes – não permitir que a vítima corra, pois pode aumentar as
chamas;
 Extinguir as chamas – as chamas devem ser extintas com água e/ ou abafadas
com um cobertor, ou a vítima deve ser rolada pelo chão;
 Irrigar a área queimada com água limpa, na temperatura ambiente, para
eliminar o calor e cessar a queimadura;
 Remover as vestes que estejam queimadas;
 Remover imediatamente adornos (anéis, pulseira, etc.) da área atingida;
 Deite a vitima;
Coloque a cabeça e o tórax da pessoa queimada em plano inferior ao resto do
corpo. Levante-lhe as pernas, se possível;
 Se a vítima estiver consciente der-lhe bastante liquido para beber; se possível
administre analgésico ao qual a pessoa esteja acostumada;
Cobrir o ferimento com compressa de gaze estéril ou plástico estéril;
Prevenir a hipotermia nas grandes queimadura. 

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