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"Trabalho não é apenas um meio de ganhar dinheiro ou de ser aceito e admirado. Muito mais do que isso, pode ser um meio de ser feliz, de se realizar, de fazer um mundo melhor."

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PUERICULTURA: Assistência de Enfermagem à criança, crescimento e desenvolvimento

* Atendimento realizado em 30/11/11

 O crescimento e desenvolvimento da criança depende principalmente do atendimento de suas necessidades essenciais e da estimulação apropriada de suas potencialidades. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento é utilizado em todo o mundo com excelentes resultados, sendo realizado de forma simples, econômica e de fácil aplicabilidade, servindo como instrumento de controle e avaliação do processo evolutivo da criança e detecção precoce de possíveis problemas.
A manutenção do estado de saúde será alcançada através de medidas de promoção de saúde e prevenção de doenças ou agravos contidas nas ações de vigilância à saúde que integram as consultas de puericultura programadas e realizadas nas unidades de saúde, além das visitas domiciliares.
O enfermeiro deverá conhecer os aspectos mais relevantes do desenvolvimento e estar preparado para fazer algumas intervenções, se necessária, identificando com clareza aquelas crianças que devem ser referidas para tratamento especializado.
 Através do acompanhamento da criança saudável – puericultura – priorizando aquelas de maior risco de adoecer e morrer, espera-se reduzir a incidência de doenças aumentando suas chances de crescer e desenvolver-se à alcançar todo seu potencial.
Tendo em vista a diversidade em termos de condições de vida, condições de trabalho e panorama epidemiológico encontrado sugere-se aos profissionais adequarem as recomendações apresentadas, identificando prioridades e elaborando um plano de intervenção que alcance as especificidades de cada área.

 Objetivos
Atender a todas as crianças de 0 a 2 anos, desenvolvendo ações de promoção à saúde e prevenção de doenças ou agravos, prestando assistência de forma integrada, acompanhando o processo de crescimento e desenvolvimento, monitorando os fatores de risco ao nascer e evolutivo, garantindo um atendimento de qualidade. 
 - Diminuir o índice de morbi-mortalidade infantil
- Prevenir doenças evitáveis na infância
- Aumentar cobertura vacinal
- Realizar calendário de atendimento da criança no município
- Proporcionar assistência diferenciada e vigilância sobre o recém nascido e outras
- Estimular o aleitamento materno
- Proprocionar um sistema de vigilância e combate à desnutrição infantil
- Promover a intersetorialidade.
- Encaminhar para consulta médica a qualquer agravo e/ou alteração

Fatores de Risco
Tendo em vista a realização de uma assistência integral de enfermagem, a criança deverá ser avaliada, em relação aos riscos identificados ao nascer e alterações que possam adquirir durante seu crescimento, além de fatores que influenciam na produção da saúde ou da doença na população infantil. A partir da identificação dos fatores de risco é possível definir grupos mais vulneráveis e, por ações específicas eliminar ou amenizar os riscos.
  • Risco ambiental: ausência de saneamento básico, tipo de moradia, morador distante da USF; perda materna
  • Risco socioeconômico: desemprego, ausência de escolaridade materna, área social de risco, idade materna, parto fora de ambiente hospitalar, nº de filhos vivos e mortos > = 5 anos; mãe portadora de alguma patologia e/ou deficiência mental, renda familiar
  • Risco nutricional: desmame precoce, aleitamento misto, introdução precoce de alimentos inadequados para idade; desnutrição
  • Risco biológico: baixo peso ao nascer, prematuridade, patologia com internação após alta materna, malformação congênita, gemelaridade.
É importante, identificar as crianças de risco ao nascer ou de risco adquirido durante a sua evolução para que seja possível planejar adequadamente ações que lhes assegure o melhor padrão de crescimento e de desenvolvimento.

 Organização da Assistência à Criança
A organização da assistência, inicia-se pela captação precoce da criança, ainda na vida uterina, devendo assim, contemplar uma série de atividades programadas, de atendimentos individuais e coletivos e atividades educativas e promocionais com as famílias. Em qualquer circunstância, o acesso ao serviço de saúde deve ser garantido.
Toda oportunidade de contato com a família e a criança, seja em visita domiciliar pelo Agente Comunitário de Saúde, em demanda espontânea na UBS, deve ser aproveitada para a inscrição no programa e início das atividades previstas. Todas as crianças da área de abrangência da UBS devem estar cadastradas e incluídas no programa de acompanhamento.
O eixo da assistência à criança é centrado em seu acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. O Cartão da Criança é o principal instrumento utilizado para esse acompanhamento e deve ser visto com um “cartão de identidade” da criança até cinco anos.

 Atribuições Do Enfermeiro Na Assistência À Criança Saudável
  • Realizar consulta de enfermagem.
  • Realizar visitas domiciliares nos primeiros sete dias de vida do recém nascido e quando necessário.
  • Realizar busca de faltosos
  • Orientar, treinar e supervisionar os auxiliares de enfermagem em suas atividades relacionadas à saúde da criança.
  • Definir atribuições e delegar tarefas para a equipe de enfermagem.
  • Promover a integração da equipe no desenvolvimento das atividades.
  • Promover atividades educativas na USF e na comunidade tanto individual quanto coletiva.
  • Promover acompanhamento e orientação sobre aleitamento materno.
  • Marcar os dados antropométricos no gráfico de crescimento (após mensuração e pesagem em consulta), ensinando as mães como interpretá-los e informar sobre a importância dos mesmos.
  • Agendar, orientar e executar a vacinação das crianças.
  • Prescrever as dietas alimentares, quando necessário, e orientar as mães quanto ao seu preparo e oferta às crianças.
  • Prescrever medicamentos básicos, conforme a lei do exercício profissional (Lei 7498), aprovados pela secretaria de saúde, conforme em anexo n.º 7.5.4.
  • Orientar os familiares das crianças e auxiliares de enfermagem quanto às prescrições.
  • Fazer a solicitação de exames, estabelecidos pela secretaria de saúde, quando necessário.
Atividades educativas na assistência à criança
Vale ressaltar a importância das atividades educativas na assistência de enfermagem às crianças. Tais atividades devem permear todas as ações desenvolvidas. Além da educação individual durante as consultas, o(a) enfermeiro(a) deverá promover atividades educativas coletivas, sejam elas em grupo dentro e fora da USF (escolas, creches, grupos de mães, sala de espera ...) ficando a critério das equipes a operacionalização de tais atividades.

Seguimento da Criança
O Calendário de Acompanhamento
O acompanhamento da criança, inicia-se com a visita domiciliar durante a primeira semana após nascimento. Recomenda-se no primeiro ano de vida, sendo uma etapa de grande vulnerabilidade, um total de 7 consultas individuais, realizadas por médicos e enfermeiros. No segundo ano, são recomendadas 2 consultas individuais e a partir de 2 anos, até 5 anos, 1 consulta individual ano.
Sugerimos o seguinte acompanhamento:
  • Mensal até 6 meses de idade
  • Trimestral entre 6 meses à 2 anos de idade
  • Semestral entre 2 à 5 anos de idade
Consulta de Enfermagem
A consulta de enfermagem é uma atividade cuja atribuição é exclusiva do Enfermeiro, conforme lei 7.498 aprovada em 1986, que regulamenta o exercício profissional da enfermagem (Brasil 1996).
O atendimento à criança engloba a seqüência de ações ou medidas preventivas direcionadas desde o nascimento até os 5 anos de idade, com o objetivo de evitar que ela adoeça e promova um crescimento e desenvolvimento adequados.
Avaliação das condições de saúde das crianças e seu estado de desenvolvimento e crescimento, abrangendo a educação para a saúde, condutas preventivas e curativas, conforme padronização das ações de saúde.
Ações:    Atendimento realizado em 30/11/11.
  • Receber e acolher a criança e responsável ou outro acompanhante durante a consulta, observando sempre, o comportamento da criança e mãe e outros familiares quando presentes;
  • Sempre solicitar o Cartão da Criança e juntamente com prontuário resgatando dados pertinentes para obter informações relativas aos focos de atenção a serem avaliados durante a consulta, como informações sócio-ambientais e dados da consulta anterior, além de registrar as informações atuais, como peso, estatura, temperatura, perímetro cefálico e torácico.
  • Indagar e registrar informações sobre história atual, pregressa e familiar, além de hábitos de vida, para obter informações relativas aos focos de atenção que serão avaliados durante a consulta.
  • Identificação de agravos e situações de risco
  • Realizar exame físico da criança, registrar os achados no prontuário e cartão da criança e analisá-los com os dados anteriores.
  • Descrever estado clínico encontrado e formular diagnóstico de enfermagem.
  • Registrar condutas (orientações, encaminhamentos, prescrições de enfermagem, tratamentos, solicitação de exames).
  • Conversar com mãe ou acompanhante sobre a avaliação realizada, seus pontos positivos e negativos, orientar, explicar e verificar sua compreensão sobre as informações e condutas necessárias para um bom desenvolvimento e manutenção do estado de saúde da criança
  • Quando necessário encaminhar para vacinação
  • Marcar próximo retorno
  • Quando indicado, providenciar encaminhamento para consulta médica, informando e orientando a mãe ou acompanhante sobre a necessidade desta consulta.

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